Em entrevista à revista Notícias da Construção, o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, afirmou acreditar que “2016 não será um ano fácil”. Para ele, a saída da crise depende de um entendimento entre os Poderes Executivo e Legislativo e de um ajuste fiscal que atinja igualmente a todos, sem privilégios ou prejuízos setoriais, além do corte de despesas governamentais. Contudo, Romeu Ferraz afirmou esperar que o ano seja favorável para concessões e PPPs, desde que o governo eleve a rentabilidade dos empreendimentos, hoje afetada pela alta inflação.
Com relação ao conjunto de medidas para reativar a economia em preparação pelo Palácio do Planalto, que objetiva estimular o setor da construção por sua rápida capacidade de alavancar a retomada econômica e a geração de empregos, o presidente do SindusCon-SP foi enfático: “Pena que esta providência já não tenha sido tomada há um ano, no início do atual governo. Ante a bola de neve recessiva que a crise política e econômica só aumentava, o SindusCon-SP alertava para a necessidade de estímulos à construção para evitar uma avalanche maior”, lembrou.
Para Romeu Ferraz, o “novo PAC” deverá, antes de tudo, normalizar o pagamento das obras em atraso. “Não adianta anunciar novos projetos e obras, se aquelas em andamento sofrem atrasos crônicos por conta de um fluxo totalmente irregular de pagamentos”, comentou.
Em 2016, o SindusCon-SP, como entidade representativa das empresas da construção civil, defenderá a pacificação política entre os poderes e que o ajuste fiscal atinja a todos igualmente, sem privilegiar alguns setores prejudicando outros, como ocorreu em várias medidas do passado. Também defenderemos que o governo faça o ajuste olhando para dentro de casa. Tem que arrumar a casa, cortando despesas.